terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MÊS DA CIÊNCIA MODERNA HOMENAGEM AO ANATOMISTA E FISIOLOGISTA FRANCÊS BICHAT

02 DE DEZEMBRO: Neste dia começa o MÊS DA CIÊNCIA MODERNA no calendário histórico.

02 DE DEZEMBRO.
Neste dia, no calendário humanista r histórico, tem início o MÊS DA CIÊNCIA MODERNA nos anos bissextos:

MÊS DA CIÊNCIA MODERNA
HOMENAGEM AO ANATOMISTA E FISIOLOGISTA FRANCÊS BICHAT

Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana
depois da Idade Média, pelo conhecimento que prepara a nova civilização industrial moderna.

Por Ângelo Torres

Ciência Moderna. Mas... O QUE É CIÊNCIA? O que é moderno? Neste Calendário Histórico se chama de moderna a ciência desenvolvida após o fim da Idade Média, depois do início dos anos 1300. O progresso mostrado vai até a Revolução Francesa, em 1789. O julgamento da evolução posterior, até nossos dias, exige uma alta capacidade filosófica e uma distância no tempo, para avaliação dos resultados.
Definimos CIÊNCIA como a representação do mundo e do homem em detalhe, como se apresenta. Pode ser descritiva, registrando os objetos, as coisas, os seres em catálogos, mapas e classificações, como na Geografia, na Botânica, na Zoologia . Pode ser CIÊNCIA ABSTRATA, TEÓRICA, no estudo das RELAÇÕES entre os FENÔMENOS OU PREDICADOS que os objetos apresentam, como na Matemática, com as leis do número, da forma na Geometria e do movimento como na Mecânica Racional. A ARTE representa o mundo de modo idealizado, embelezado. A TÉCNICA representa o mundo para a ação, na indústria e na política. São as três partes que compõem a Filosofia Moderna. De modo geral não específico, a palavra CIÊNCIA é usada para todo e qualquer conhecimento, tanto teórico, abstrato ou aplicado.
IDENTIFICAÇÃO. Entre todas as significações, identificamos CIÊNCIA como o conhecimento seguro, confiável, como o saber que pode ser provado, comprovado, reproduzido. É a ciência verificável. Com essa condição, excluímos as hipóteses fantasiosas, as ciências ocultas, a superstição, a visão transcendente fora da experimentação, os relatos da tradição, por mais antigos e respeitáveis que sejam seus autores, divinos ou humanos.
CLASSIFICAÇÃO. Quando temos objetos ou conhecimentos em grande número, para o reconhecimento, registro e ensino, devemos sempre separá-los em gavetas ou classes. O mesmo se faz com o saber. Todos os filósofos fizeram classificações e a escala de valor de cada tipo de conhecimento.
TEORIA E PRÁTICA, ABSTRATO E CONCRETO. O conhecimento humano pode ser separado em classes e uma escala de valor pode ser feita partindo do que é prático, descritivo, aplicado, a respeito dos objetos, aumentando a abstração ou teoria até chegar a conhecimentos teóricos de máxima abstração.
A abstração permite que estudemos os objetos, as coisas, só por suas propriedades, abstraindo-se o objeto concreto, cada coisa. De uma multidão de pessoas pode-se estudar sua quantidade, sua posição numa praça redonda ou quadrada, sua movimentação, se estão em movimento, se exercem alguma força, se estão revoltados contra o governo ou em comemoração festiva. Esses acontecimentos são propriedades ou FENÔMENOS que percebemos dos objetos concretos. Chama-se, por exemplo, NÚMERO CONCRETO o número de coisas que temos, como 3 laranjas, 2 maçãs. Se falamos do número sem pensar e dizer as coisas, estaremos falando do NÚMERO ABSTRATO, como: 2 mais 3, igual a 5. Assim 5 indica apenas a quantidade, sem falar das coisas, já que nos ABSTRAÍMOS das coisas, dos objetos concretos.
A noção de ABSTRAÇÃO é muito importante. Estamos constantemente pensando em noções concretas e noções abstratas, em conhecimentos concretos de coisas e conhecimentos abstratos de acontecimentos, de FENÔMENOS. Por exemplo, em Botânica ou em Zoologia, fazemos a descrição das plantas ou dos animais, com sua identificação, seu registro, classificação. Estamos fazendo um estudo das coisas, um estudo concreto, não abstrato, não separado, dos seres.
Os homens, através dos séculos, descobriram que a abstração permite conhecimentos gerais, abrangentes, válidos para muitos fins e situações. O abstrato permite descobrir relações válidas, CONSTANTES para muitas coisas, muitos objetos variados, muitas situações variadas. Encontraram a CONSTÂNCIA no meio da grande variedade que existe no mundo. São as LEIS ABSTRATAS. Por exemplo, as mais simples leis estão na Aritmética, do 2+2=4, uma relação constante, para todos os corpos, NUM PLANO ABSTRATO.
As leis abstratas são, portanto, gerais, permitem a GENERALIDADE. Chegamos, assim, a saber que as noções abstratas levam a noções gerais. A ABSTRAÇÃO permite a GENERALIZAÇÃO. Quanto mais abstratos os conhecimentos, mais simples. Quanto mais concretos, mais especiais, mais complexos são os conhecimentos. Por exemplo, o estudo matemático é o mais abstrato, só levando em conta a quantidade, a forma, o movimento. Não pesquisa no corpo se é pesado, se quente, se sonoro, se é vivo. No estudo da Sociologia e da Psicologia, todos os fenômenos influem, como o número de pessoas, se há fome, se há condições extremas de clima, ou na economia: a complexidade é enorme.
FENÔMENOS. Colocados em ordem de complicação, TODOS os fenômenos COMPROVADOS ou científicos que existem nos corpos são: matemáticos, astronômicos, físicos, químicos, biológicos, sociológicos e psicológicos:
1 Matemáticos: são os fenômenos de quantidade, no Cálculo; de forma, na Geometria; de movimento, na Mecânica teórica;
2 Astronômicos, dos astros; 3 Físicos, da natureza; 4 Químicos, de composição e decomposição; 5 Biológicos, fenômenos da vida;
6 Sociológicos, fenômenos de agrupamento nas sociedades;
7 Psicológicos, de comportamento individual.
Nessa escala pode-se verificar que cada degrau depende dos mais simples e não depende dos mais complexos, quando estudados em abstrato. O resultado é uma relação de apenas sete ciências ABSTRATAS, de leis dos fenômenos. Na grande expansão das especialidades científicas teóricas e aplicadas, junto com o espantoso progresso das técnicas, podemos testar se fenômenos comprovados cabem na relação conhecida, mostrada pela primeira vez pelo filósofo Augusto Comte no seu Curso de Filosofia Positiva, de 1842, há mais de 150 anos atrás.
As recentes descobertas da energia nuclear, do transistor e do circuito integrado, do processador eletrônico, das viagens interplanetárias, todas estão colocadas dentro da classificação das 7 ciências. Mas as ciências ocultas, as teorias religiosas, as ciências dos espíritos sobrenaturais, não estão lá, a não ser na explicação do passado, em Sociologia, nos registros dos anuários da História.
As ciências ABSTRATAS formam o núcleo, o resumo ou essência do conhecimento. Nos manuais de Engenharia, em todos os idiomas, antes dos dados especializados de cada especialização, são colocadas as LEIS ABSTRATAS da matemática e da física, aplicadas na técnica. Por exemplo, para projetar uma alavanca, basta consultar as leis abstratas da mecânica para calcular o comprimento dos braços da peça. Para projetar a asa de um avião, consultam-se as leis abstratas da mecânica dos fluidos, para obter a previsão de como ocorrerá a sustentação da aeronave.
A série enciclopédica das 7 ciências ABSTRATAS é o conhecimento básico necessário para todas as profissões. Constituem a concentração do conhecimento MÍNIMO para a especialização nas aplicações, desde as mais simples técnicas matemáticas até a solução dos mais complexos problemas sociológicos aplicados, na Ciência Política e nas crises de conduta pessoal em Psicologia Aplicada. O estudo do saber ABSTRATO reduz os custos e os prazos do ensino, evitando a aprendizagem das aplicações nas especialidades antes das teorias básicas necessárias, no âmbito do raciocínio da ABSTRAÇÃO. A especialização será feita depois, sobre essa base segura, positiva, comprovada.
No Calendário Histórico é mostrada a evolução das ciências desde a Astronomia dos antigos, de Copérnico até a Psicologia de François Broussais, de Franz Gall até Sociologia e a Psicologia de Augusto Comte.

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